O Salmo 2, Jesus Cristo e o destino das nações. (Uma perspectiva escatológica).
Por: Fábio Costa
No Antigo Testamento, temos 150 Salmos. Diversos autores, entre eles o Rei Davi, Moisés, Salomão e Asafe escreveram, inspirados pelo Espírito de Deus, poemas de oração e louvor a respeito de vários temas e relatos de experiência humana. Amor, ódio, inveja, desejos, triunfos, frustrações e afins.
Fruto de suas próprias experiências de vida, que são válidas também para nós nos dias de hoje.
Como prova de que foram inspirados por Deus, muitos desses Salmos contêm profecias que se cumpririam centenas de anos após terem sido escritas.
É o caso dos chamados Salmos Messiânicos. Salmos que fazem referência direta ao ungido de Deus que fora prometido pelo Altíssimo para libertar seu povo de seus inimigos e estabelecer um reino que jamais será destruído.
“Messias” corresponde ao hebraico ou aramaico para “Cristo”, que por sua vez se traduz do grego como “o ungido”. Alguma forma da palavra é usada várias vezes nos Salmos para descrever a natureza do futuro guia de Israel. Os salmistas, no papel de profetas, retratam o futuro Messias tão vividamente como quaisquer outros escritores do Velho Testamento, com a possível exceção de Isaías. Eles cantam sua eterna existência, linhagem e humanidade, vida de adversidade, e morte, ressurreição, coroação e domínio à direita de Deus.
Entre eles encontramos o Salmo de n°2. Salmo que descreve claramente a pessoa de Cristo, como confirmado pelo escritor Lucas, autor do Evangelho de Lucas e do Livro de Atos. Conforme Atos 4:25-27 e Atos 13:33. O vaticínio descreve a oposição dos governantes da terra a Cristo, na primeira e na segunda vinda, o seu reino futuro, um aviso a todos os povos para darem honra ao ungido de Deus antes que venha o grande juízo prometido.
Veja o Salmo:
1-Por que se amotinam as nações e os povos tramam em vão?
2-Os reis da terra tomam posição e os governantes conspiram unidos contra o Senhor e contra o seu ungido, e dizem:
3-“Façamos em pedaços as suas correntes, lancemos de nós as suas algemas! “
4-Do seu trono nos céus o Senhor põe-se a rir e caçoa deles.
5-Em sua ira os repreende e em seu furor os aterroriza, dizendo:
6-“Eu mesmo estabeleci o meu rei em Sião, no meu santo monte”.
7-Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: “Tu és meu filho; eu hoje te gerei.
8-Pede-me, e te darei as nações como herança e os confins da terra como tua propriedade.
9-Tu as quebrarás com vara de ferro e as despedaçarás como a um vaso de barro”.
10-Por isso, ó reis, sejam prudentes; aceitem a advertência, autoridades da terra.
11-Adorem ao Senhor com temor; exultem com tremor.
12-Beijem o filho, para que ele não se ire e vocês não sejam destruídos de repente, pois num instante acende-se a sua ira. Como são felizes todos os que nele se refugiam!
Salmos 2:1-12
Os governantes contra o Rei (Jesus).
1-Por que se amotinam as nações e os povos tramam em vão?
2-Os reis da terra tomam posição e os governantes conspiram unidos contra o Senhor e contra o seu ungido, e dizem:
3-“Façamos em pedaços as suas correntes, lancemos de nós as suas algemas! “
Comentário: Deus habita na eternidade. Não está sujeito ao nosso tempo como o conhecemos (cronos). Ele criou esse sistema de tempo para suas criaturas, no entanto, passado, presente e futuro estão diante dele como uma tela diante de nós. A primeira parte dessa profecia foi cumprida. Sendo assim, muitas vezes Ele inspirou seus profetas a escreverem algo tendo dois acontecimentos em mente.
Um exemplo pode ser visto em Oseias 11.1, que diz:
“Quando Israel era menino, eu o amei, e do Egito chamei o meu filho”.
O profeta Judeu provavelmente nem fazia ideia de que esse trecho era uma profecia. Pois o primeiro significado referia-se à nação de Israel, que era chamada de filho muitas vezes no Antigo Testamento.
Oseias certamente achou que escrevia somente acerca da libertação de Israel da escravidão no Egito, porém Deus também se referia ao tempo que Jesus teve de ficar refugiado no Egito até que Herodes, que queria matá-lo quando ainda era uma criança, morreu. Então Jesus pôde retornar para a Galileia com sua família.
Os reis da terra que conspiraram contra o ungido do Senhor e o crucificaram em sua primeira vinda são Herodes e Pilatos.
Mas essa profecia é ainda mais abrangente e seu total cumprimento está em pleno curso.
Os regentes deste mundo estão em plena rebelião contra o criador. Isto é de fácil percepção. A rebelião iniciada no Éden ganhou novos contornos rumo ao seu apogeu.
A reta final dessa oposição e rejeição que culminará com o retorno de Cristo para buscar a sua Igreja, estabelecer o seu Reino e julgar as nações, começou no Iluminismo.
O Iluminismo foi um movimento cultural iniciado na Europa nos séculos XVII E XVIII.
Seus conceitos consistiam em apregoar princípios do racionalismo e naturalismo. Criou se a percepção de que somente a razão seria o instrumento de reflexão capaz de criar uma sociedade mais justa e igualitária, trazendo assim também a felicidade plena.
Passamos do teocentrismo para o antropocentrismo.
Deus foi tirado do centro e o homem ocupou o seu lugar. Diante dos progressos científicos afirmou-se que fé e razão são incompatíveis.
Esqueceu-se rapidamente que o Cristianismo deu início aos experimentos científicos quando quebrou a percepção pagã de adorar a natureza.
O homem através da Cosmovisão Cristã, viu que a natureza não era divina, mas uma criação de Deus e passou a estudá-la.
Mais rápido ainda foi esquecido como muitos pais da ciência eram cristãos convictos como: Galileu, Kepler, Pascal, Boyle, Newton, Faraday e Clerk-Maxwell.
No verso 3 os povos e reis querem “ quebrar as suas correntes e lançar fora suas algemas. É crescente a oposição aos mandamentos de Deus em todas as esferas da nossa atual sociedade. Falsas religiões, Ideologias ateístas, “desfeminilização” da mulher e “feminilização” do homem, em afronta direta ao que foi projetado por Deus, o total banimento dos mandamentos divinos, (Tudo é permitido). Mandamentos esses que nos foram dados não para restringir nossa liberdade, mas para tornar viável a vida em sociedade, pois é mais que provado que sem um regramento, o homem pecaminoso difere em muito pouco de um animal irracional.
Em Mateus 11:30 Cristo diz que seu fardo é suave e seu jugo é leve, mas o homem em busca daquilo que chama de total liberdade, acaba por colocar sobre si um fardo de escravidão e loucura. Basta ver o rumo que o mundo está tomando.
A zombaria divina.
4-Do seu trono nos céus o Senhor põe-se a rir e caçoa deles.
5-Em sua ira os repreende e em seu furor os aterroriza, dizendo:
6-“Eu mesmo estabeleci o meu rei em Sião, no meu santo monte”.
Comentário: Enquanto manda juízos para este mundo, Deus zomba dos governantes e dos adversários que voluntariamente se põem em rebelião contra Ele.
Porém, a construção no original indica que a zombaria do Senhor não é sobre os sofrimentos impostos a esse mundo como consequência de seu juízo e sim sobre a arrogância e orgulho humanos.
O decreto do Senhor.
7-Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: “Tu és meu filho; eu hoje te gerei.
8-Pede-me, e te darei as nações como herança e os confins da terra como tua propriedade.
9-Tu as quebrarás com vara de ferro e as despedaçarás como a um vaso de barro”.
Comentário: Deus prometeu dar o reino a Cristo. Em breve Satanás, chamado na Bíblia de Príncipe deste mundo será destronado e o bastão de uma terra renovada e livre da morte, pecado e sofrimento será dado ao seu legítimo herdeiro e ao seu povo. (Cristo e os seus redimidos). As profecias que já foram cumpridas servem de alicerce para confiarmos na promessa daquele que deu seu filho como penhor de sua fidelidade.
O convite para a aceitação do Evangelho enquanto ainda há tempo e esperança.
10-Por isso, ó reis, sejam prudentes; aceitem a advertência, autoridades da terra.
11-Adorem ao Senhor com temor; exultem com tremor.
12-Beijem o filho, para que ele não se ire e vocês não sejam destruídos de repente, pois num instante acende-se a sua ira. Como são felizes todos os que nele se refugiam!
Comentário: A grande comissão dada por Cristo antes de subir aos céus. Para que todo cristão pregue o evangelho da cruz a fim de que os povos recebam a salvação em Jesus Cristo e escapem da ira vindoura, passando da morte para uma vida eterna de plenitude e bênçãos com o Deus da vida.
Parece bom demais pra ser verdade, porque crescemos em um mundo que tudo se dá através do mérito próprio, porém Cristo já pagou o preço com sua vida na cruz do calvário. Quem tem ouvidos, que ouça.