Parte 4

O argumento Moral.

 

Por: Fábio Costa

 

Aqui não cabem argumentos científicos, porque a Ciência não pode estudar a moral. Aliás, há um grande número de coisas que não podem ser testadas pela Ciência, mas que sabemos que são reais e verdadeiras. Por exemplo, A vida, sua origem e seu significado. O amor, o ódio, o belo, o feio, o bem, o mal. Não podemos, por exemplo, provar pela ciência que os Nazistas eram maus porque a moralidade não está sujeita aos métodos científicos.

 

O que quero dizer quando afirmo que a lei moral existe é que todas as pessoas foram marcadas com um senso fundamental de certo e errado. Todo mundo, em qualquer lugar do planeta, sabe, por exemplo, que o amor é superior ao ódio e que a coragem é melhor do que a covardia.

Todos conhecem os princípios morais, mesmo os que escolhem não respeitá-los.

 

Não existe uma terra onde o assassinato seja uma virtude e a gratidão seja um defeito. O roubo não é visto como uma coisa boa em lugar nenhum do mundo, assim como a inveja ou a cobiça.

 

Acompanhem a exposição do reformador João Calvino sobre o assunto:

 

“Não existe nação tão oposta a tudo quanto é humano que não se mantenha dentro dos limites de algumas leis. Visto, pois, que todas as nações de dispõem a promulgar leis para si próprias, de seu próprio alvitre, e sem serem instruídas para agirem assim, é além de toda e qualquer dúvida que elas conservam certa noção de justiça e retidão, ao que os gregos se referem como prolhyeij, e que é implantado por natureza nos corações humanos. Eles, portanto, possuem uma lei, sem a Lei; porque, embora não possuam a lei escrita por Moisés, não são completamente destituídos de conhecimento da retidão e da justiça. De outra forma, não poderiam distinguir entre vício e virtude – restringem aquele com castigo, enquanto que a esta exaltam, mostrando-lhe sua aprovação e honrando-a com recompensas.”

 

Em outras palavras, de alguma forma, todo mundo sabe que existem obrigações morais absolutas. Quer obedecendo-as ou não. Uma obrigação moral absoluta é algo que está ordenado a todas as pessoas, em todos os lugares. Uma lei moral absoluta implica em um legislador possuidor de uma moral absoluta.

 

Como criador, Deus deixou impresso em sua criação aquilo que revelou em seu Livro para Moisés no Monte Sinai. Confira alguns dos dez mandamentos e olhe para sua consciência. Atente ao mandamento do roubo, assassinato e cobiça e compare com o que foi dito acima:

 

4.º – Honrar pai e mãe (e os outros legítimos superiores).

5.º – Não matar (nem causar outro dano, no corpo ou na alma, a si mesmo ou ao próximo)

7.º – Não furtar (nem injustamente reter ou danificar os bens do próximo).

8.º – Não levantar falsos testemunhos (nem de qualquer outro modo faltar à verdade ou difamar o próximo)

10.º- Não cobiçar as coisas alheias.

 

A seleção natural de Darwin diz que o que vale é a sobrevivência do mais apto. Então como ela explica a empatia, a gratidão, o amor a bondade e a misericórdia? Se somos resultado de um lento e cruel processo evolutivo ao longo de milhões de anos em que a Seleção Natural seleciona somente os mais aptos e fortes a sobreviver, não haveria espaço para os sentimentos acima que há muito já teriam sido eliminados porque não contribuem em nada para a autossobrevivência.

 

Como a Seleção Natural explica a atitude do fuzileiro naval, Willian Kyle Carpenter que se jogou em uma granada para salvar seu companheiro de tropa? Ela não pode explicar. Mas o bom senso e a lógica apontam para um Criador que colocou sua assinatura dentro de cada ser humano, bem como o senso de certo e errado no que chamamos de Revelação Geral de Deus.

 

Quando um ateu diz que não precisa de um “Livro” para fazer boas obras ou coisas boas, eu concordo com ele em gênero, número e grau. Ele não precisa da Bíblia para fazer coisas boas, porque o Deus da Bíblia ao criá-lo o capacitou com uma consciência a fazer o que é bom e certo. Lembrando que boas obras não justificam ninguém diante de Deus, mas isso fica para a parte final.

 

Para encerrar o argumento moral, veja o que a Bíblia nos diz nessa passagem da carta aos Romanos.

Importante saber que o termo “Gentios” que você lerá a seguir, é um termo usado no Novo Testamento para se referir ás pessoas não cristãs:

 

 “De fato, quando os gentios, que não têm a lei, praticam naturalmente o que ela ordena, tornam-se lei para si mesmos, embora não possuam a lei;
pois mostram que as exigências da lei estão gravadas em seus corações. Disso dão testemunho também a consciência e os pensamentos deles, ora acusando-os, ora defendendo-os”.
Romanos 2:14,15

 

Como já dito anteriormente, para desenvolver melhor o assunto, seria necessário escrever muito mais conteúdo. Mas creio que o que foi postado até aqui em cada assunto dos posts, já serve de base para dar uma noção bem como de fazer o leitor refletir em busca de decidir o que parece mais coerente.

Na parte final vamos abordar o seguinte assunto.

Se nas 4 partes anteriores considerou-se que temos evidência suficiente para crer em Deus e chegou até aqui, então vamos descobrir que, se há um Deus então precisamos saber se Ele se comunica e se importa com sua criação. Vamos descobrir se a Bíblia possui mesmo a autoridade reivindicada ao alegar que possui a revelação de Deus para a humanidade, bem como sua origem, propósito e destino.