A depravação humana. Parte 1. Onde está o problema?
Uma das principais objeções de ateístas e antirreligiosos à religião organizada é a de que ela não passa de um instrumento de dominação e disseminação de preconceito e violência inventado pelo homem.
De fato, o homem descobriu rapidamente que o uso político da religião revelou-se uma excelente forma de subjugação dos povos para angariamento e manutenção de poder. E isto causou inúmeros sofrimentos na história humana.
As nações cristãs institucionalizaram o imperialismo, a violência e a opressão através da inquisição e do mercado de escravos africanos. O império totalitário e militarista japonês é fruto de uma cultura fortemente moldada pelo budismo e o xintoísmo. Os nacionalistas hindus, em nome de sua religião, executam ataques brutais contra igrejas cristãs e mesquitas muçulmanas na Índia. Sangrentos ataques terroristas são efetuados no mundo inteiro em nome do Islã. Todas essas evidências parecem fechar a questão de modo que alguém avesso à religião possa concordar em uníssono com homens como Marxs, Nietzsche e Hitchens de que o mundo ficaria melhor tão logo as religiões fossem erradicadas.
Porém, essa conclusão apresenta problemas e alta dissonância com a realidade histórica.Na virada do século 17 para o século 18, surge um movimento intelectual na Europa denominado de Iluminismo.
De forma resumida, o Iluminismo tem como princípio a predominância da razão sobre a fé e o transcendental.
Deus foi retirado do centro, e em seu lugar o homem e sua razão foram “entronizados”. O principal fruto do Iluminismo deu se com a queda da Bastilha e o início da chamada Revolução Francesa. Em nome da razão e com o lema da “liberdade, igualdade e fraternidade” perpetrou-se um dos maiores banhos de sangue da história.
Posteriormente, tivemos a ascensão dos regimes comunistas da Rússia, China e do Camboja no século 20 que promoveram maciços massacres contra seus próprios povos com um saldo macabro de milhões de vidas ceifadas. O que todos esses regimes e movimentos têm em comum:
Todos eles rejeitaram e removeram toda e qualquer religião e crença em Deus. O sonho de John Lennon expressado na conhecida música “Imagine” de que um mundo sem religião seria melhor, revelou-se um pesadelo.
Dessa forma, é necessário realizar uma análise na causa do problema ao invés de suas consequências, a fim de alcançar conclusões e resultados mais promissores e corretos.
E após esse breve relato da história é possível partir de duas premissas básicas que talvez desagradará a alguns (ou muitos) porém, são premissas baseadas em fatos como os relatados acima e não em sentimentos ou ideias pré-concebidas que possamos ter, sejam elas a favor da religião ou não.
São elas:1- O problema não está na presença da religião ou na sua ausência, o problema está no homem.
2- O homem é um ser irremediavelmente religioso, quer admita isso, ou não. Quer perceba isso, ou não.
Alister McGrath expõe o segundo ponto de forma magistral quando diz que uma vez que removida a pessoa de Deus de uma sociedade, essa irá “transcedentalizar” outra coisa ou conceito em seu lugar a fim de parecer moral e espiritualmente superior:
“Os Marxistas (Comunistas) transformaram o estado em um ente absoluto, ao passo que os Nazistas fizeram o mesmo com a raça e o sangue. Mesmo os ideais de Liberdade podem ser usados dessa forma para justificar a violência contra seus oponentes.
Em 1793, quando foi parar na guilhotina em razão de denúncias forjadas, Madame Roland curvou-se diante da estátua que personificava a liberdade na Praça da Bastilha e disse: “Liberdade, quantos crimes são cometidos em teu nome”.
O brilhante escritor Fiodor Dostoievski disse com muita propriedade que: “Há no homem um vazio do tamanho de Deus”.
Uma vez rejeitada a pessoa de Deus, automaticamente qualquer outra coisa ocupará o seu lugar.
Cristo fez a seguinte advertência: Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração.Mateus 6:21.
O reformador Martinho Lutero parafraseou essa frase dizendo que:“Onde está o seu tesouro, aí estará o seu deus”.
Sim, a maldade é um fruto inato do coração humano, desde que herdou isso de Adão e ainda que de forma distorcida, devido ao pecado original, nós ainda possuímos a imagem e semelhança de Deus, e reconhecemos, de forma consciente ou não, a necessidade de guiarmos nossa vida com base em algo que julgamos de elevado e superior valor.
Uma vez que Deus é removido, absolutamente qualquer outra coisa está apta a ocupar o espaço vago, seja uma ideologia, seja o prazer, seja a razão, seja a “total liberdade” seja o que for…Talvez a grande ironia se encontra no fato de que a humanidade, em sua permanente rebelião contra Deus, busca de todas as formas remover qualquer indício de relacionamento ou dependência do criador.
E mesmo diante de contínuos fracassos, não percebe que o diagnóstico bem como o remédio para a nossa desesperadora situação, encontra-se justamente na palavra do Deus a qual rejeitamos. (Falo da humanidade como um todo).
Resta pouca ou nenhuma dúvida de que o problema está no homem, então na segunda parte desse artigo veremos o que a Bíblia, que reivindica ser a revelação de Deus aos homens tem a dizer sobre a nossa natureza bem como a nossa situação, trazendo assim a oportunidade de você poder comparar o que ali é dito com o mundo a sua volta bem como realizar uma análise interior.
Por: Fábio Costa.
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